O Artefato da Chuva
Fixou Novamente lhar na menina, suspirou e olhou mais atentamente. Não via nada de diferente nela e nada que pudesse fazê-lo acreditar que ela pudesse ser alguém importante que valesse seu esforço. Irritou-se e colocou-a nas costas e virou-se para Charizard. O pokémon apontou para uma saída a direita, por onde o garoto saiu correndo seguido de seu companheiro.
Corria com o corpo inclinado para frente, tentando não derrubar seu saco de preocupações da costa. Charizard voou velozmente, passando a sua frente, ainda no ar virou-se e cuspiu uma poderosa bola de fogo para trás, seu ataque passou por cima da cabeça de seu treinador e atingiu algo que os perseguia.
Continuou correndo por mais algum tempo, e sentiu que logo seriam alcançados mesmo naquele ritmo. Entretanto, estranhou o caminho da saida do laboratório dar em uma selva de árvores altas. Com certeza não havia visto nada parecido pela área de entrada, que era em meio ao deserto. Tentou lembrar-se do mapa e localizar para onde deveria correr, mas seu tempo era curto e a única opção foi embrenhar-se mata a dentro.
Voltou Charizard para a Pokébola e já não era mais viável correr. O ambiente estava quente e a cada passo a selva parecia fechar-se. Ouvia sempre barulhos vindos pelo lado oeste e obrigou-se a seguir para o nordeste.
Após horas de caminhada, seu corpo estava exausto, molhado e o calor havia se transformado em uma chuva fria e constante. Os passos eram forçados e o andar pesado, o chão parecia água pura. Forçou os olhos e aproximou-se de uma gruta escondida. Entrou o mais silenciosamente que pode e percebeu que era uma pequena caverna, não muito profunda. Ideal para passarem as horas até a chuva terminar. Sentou-se e libertou suas costas da garota, deitando-a no chão.
- Hmm... - Sentiu o chão gelado e abriu os olhos lentamente.
- Urgh... - Estalou as costas doloridas do peso e olhou para fora. Respirou fundo e tentou manter-se calmo.
- ... - Fintou as costas do garoto. Não era como se ela estivesse ficado em coma por mais algumas horas, não teve dificuldades para compreender que ele a carregara até ali. Pigarreou, para não assustá-lo ao perguntar, mas não sabia por onde começar.
- ... ? - Virou lentamente o rosto, deixando o queixo alinhado com o ombro e mirou-a com os cantos dos olhos. Entretanto, manteve-se em silêncio.
- Eu... - Ela estranhou a própria voz e parou no meio da frase. Organizou mais uma vez as próprias idéias e continou - Pode me chamar de Paty - Limitou-se a dizer, mas sorriu sem constrangimento.
- Eu sei. - Respondeu e virou para frente novamente, abrindo a mochila.
- Ah... - Sentou e olhou para o chão. - Entendo... ~ "Entendo o que? <o>" - Disse e pensou consigo mesma.
- Eu sou Shinrikyo Akuma - Ele voltou a falar, assustando-a. Jogou para ela uma calça masculina, provavelmente dele.
Apesar de sentado, ela tinha noção de sua estatura em torno de 1,75m. A luz era fraca na caverna, mas os olhos do rapaz eram claramente castanhos, mais claros que seus cabelos que tendiam ao preto. A pele clara e o olhar centrado lhe davam a expressão séria e fechada. Ele é bonito, foi a conclusão de sua mente.
A garota foi mais ao fundo da caverna, mas não que fosse necessário tendo em vista que o rapaz se uer virou-se para vê-la se vestir. Aguardaram mais algum tempo, mas a chuva se quer tinha intenção de ceder.
- Heh... Que silêncio - Murmurou a menina, brincando com uma pedrinha.
- Não há nada que possamos fazer - Respondeu Shinrikyo, impaciente com a situação - Quando eu estava correndo, sempre haviam barulhos para onde tínhamos de ir e tive de pegar a direção oposta.
- Entendi. Então estamos presos aqui. - Respondeu ela, ainda olhando para a pedrinha. - Quando eles vieram, qual é o plano?
- ! - Levantou-se abruptamente. Ela tinha razão, foram guiados até aqui pelo inimigo. - Tsc... Não me diga que essa chuva é...?
- Kya.. - Paty assustou-se com a movimentação bruta do garoto e olhou para fora esperando uma orda de inimigos - O que? Ah... O chão é pura lama, como se chovesse a dias.
- É um artefato - Respondeu ele.
- ...?
- Significa que é um experimento. Pokémons e Humanos tem sido utilizado como experimentos a anos e, aparentemente, são nomeados como artefatos pela organização que fazem esses testes. - Resumiu.
- Você quer dizer que um pokémon ou ser humano está sendo usado para fazer isso? - Olhou a chuva cair e sentiu-se triste.
- Mas, isso não tem nada a ver com você. Não se envolva com o que não é da sua conta, você acabou de ser despertar e precisa ser levada embora. - Sua voz saiu ríspida. Com certeza era mais uma cabeça de vento em seu caminho, apenas queria entregá-la e seguir adiante.
Antes que ela pudesse contestá-lo, um enorme terremoto foi sentido e o teto da caverna ameaçou a cair. Ambos correram para fora, sendo recepcionados por uma mulher, seu guarda-chuva amarelo e sua Gloom. Shinrikyo levou a mão esquerda em direção a suas pokébolas, mas o pó sonífero já havia sido ordenado no momento em que eles corriam para fora. O garoto caiu perante aos olhos de Paty, ela cerrou os dentes ao ouvir a alta risada da a vilã.
Fintou a garota com seus formosos castanhos, sua pele arrepiou-se com a vitória fácil e era necessário conter mais uma risada escandalosa. Era seu tipo de caça favoritos, um rapaz bonitinho que poderia ser usado como brinquedo e uma garota maltrapilha para torturar. Apesar de saber que o lugar da mocinha era dentro do tubo. Mordeu o lábio inferior, não se importava em pegar presas fáceis.
Paty sabia que em um terreno como àquele, preparado a dias, só restavam pokémons aquáticos e de planta ao redor. Qualquer outro tipo já havia se incomodado com a umidade e começado uma migração para outro local. O terremoto indicava que ela não estava sozinha, isso queria dize que em cima da caverna, atrás deles, havia mais alguém. Sabia que o garoto possuía um Charizard, que não poderia arriscar nessa situação. Entretanto, ela sozinha não conseguiria arrastar o garoto para muito longe dali. Agachou-se ao lado de Shinrikyo, sorriu com o canto dos lábios e aguardou.
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